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CELEBRAMOS 25 ANOS DO PRIMEIRO ÁLBUM DO WU-TANG CLAN: ENTER THE WU-TANG (36 CHAMBERS)

  • Foto do escritor: KillaRockersCrew
    KillaRockersCrew
  • 17 de nov. de 2018
  • 8 min de leitura

Atualizado: 18 de nov. de 2018

Saudamos o aniversário de 25 anos da estreia do grupo Wu-Tang Clan e seu álbum Enter The Wu-Tang (36 Chambers) que é um dos álbuns mais influentes do rap mundial e certamente um divisor de águas do movimento Hip-Hop.

Autor: @favuka

Acabamos de celebrar, no dia 9 de novembro de 2018 o aniversário de 25 anos de lançamento do primeiro álbum do icônico grupo de rap Wu-Tang Clan. Na verdade, o mesmo dia do ano de 1993 é duplamente especial para os amantes do movimento Hip-Hop, pois também recebemos o álbum Midnight Marauders do grupo A Tribe Called Quest, que é Igualmente clássico!

Aproveitando o gancho, queria falar sobre um mashup que o DJ Filthy Rich fez que vai te deixar CHOCADO! Pasme.. ele teve a brilhante ideia de juntar o álbum do ATCQ, Midnight Marauders e a relíquia Enter the Wu-Tang e criou o que chamou de A Tribe Called Wu: Enter The Marauders". Você pode ouvir o trampo abaixo:


"A intenção não era melhorar os originais de forma alguma… isso seria impossível, pois considero que ambos são corpos perfeitos de trabalho. Em vez disso, tratava-se de orquestrar um conceito divertido e dar uma guinada totalmente nova sobre esses clássicos bem desgastados ”, disse Filthy Rich em um comunicado. “O contraste das batidas de rua de Wu sobre a produção jazzística de Ali Shaheed funciona de uma maneira agradável e inesperada.” 

Voltemos ao meu coletivo predileto do rap underground: o Wu-Tang Clan e a contemplação do que pra muitos é o melhor álbum de todos os tempos, ou sem dúvida nenhuma um álbum que marcou gerações dentro do movimento Hip-Hop: Enter The Wu-Tang (36 Chambers). Ouça abaixo essa pérola enquanto acompanha o post:















O 25º aniversário do álbum de estreia do Wu-Tang Clanvai foi celebrado com um novo documentário. For The Children: 25 Years of Enter The Wu-Tang (36 Chambers), realizado por Shomi Patwary conta com participações de A$AP Rocky, A$AP Ferg e Joey Bada$$. O mesmo foi disponibilizado na última sexta-feira, dia 9 de Novembro. Assista abaixo:


For The Children é uma de várias iniciativas audiovisuais nas quais os Wu-Tang Clan estão envolvidos: a plataforma Hulu informou que terá a série Wu-Tang: An American Saga exclusivamente no seu catálogo e RZA confirmou o seu envolvimento na produção de um filme biográfico do saudoso membro Ol'Dirty Bastard.

Publicado pela gravadora Loud Records e distribuído pela RCA, o título do álbum foi inspirado nos filmes de artes marciais Enter the Dragon (1973) e The 36th Chamber of Shaolin (1978). Um dos membros e líder do coletivo, RZA, também conhecido como Prince Rakeem, produziu o álbum na íntegra. O som característico de Enter the Wu-Tang (36 Chambers) criou um modelo para rap hardcore durante os anos 90 e ajudou a devolver o rap de Nova York à proeminência nacional. Foi ainda impulsionador do trabalho de muitos rappers da altura, como NAS, Mobb Deep ou The Notorious B.I.G.

O Wu-Tang Clan sempre foi original: RZA e GZA, Method Man e Raekwon, Ghostface Killah, Inspectah Deck, U-God, Masta Killa, Cappadonna e Ol'Dirty Bastard eram de fato um enxame de abelhas sedentos por um pólen incomum: o triunfo.

Em primeiro lugar (fora temer), veio o conceito:  uma imagem de grupo fechado, hermético, um circuito inquebrável que parecia impossível de decifrar e de corromper, um bloco de força, talento e carisma. Uma gangue munida de lírica afiada e beats insanos.

Depois a filosofia: os clássicos das profundezas escuras de Kung Fu produzidos pelos Shaw Brothers no Japão, dos quais interpretavam heróis improváveis, capazes de inacreditáveis feitos míticos, cada um capaz de dominar diferentes artes marciais, sempre aperfeiçoados até à exaustão num mosteiro qualquer onde teriam sido treinados por ideais de honra e coragem que os serviam nos momentos propícios de irem contra inimigos que eram sempre muito mais fortes e mais numerosos.

A estética sonora também teu seu lugar: RZA na sua genialidade achou em antigas tracks de soul, das quais extraia loops primários que a princípio pareciam despretensiosos, peças emblemáticas de drama e tensão, com uma aura particular atintada de sépia nostálgica, e conseguia, ao mesmo tempo, fazer com que os seus beats soassem bem no fundo, distintos e como se fossem também criados em aparelhos primitivos.

E finalmente vem a aclamada dimensão lírica: dura como pedra, afiada como as presas de um tigre asiático, com muita chacota e palavrões, com humor absurdo violência metafórica, o coletivo declarou guerra ao mundo ao seu redor, assumindo a atitude de combatentes em minoria mas com um poder destrutivo incontrolável.

Vamos à tracklist:

1 - “Bring Da Ruckus”

Raekwon, Inspectah Deck e GZA fazem uma introdução admirável seguidos pelos gritos penetrantes de RZA no refrão :"Bring the motherfuc** ruckus!" O próprio RZA deu uma declaração sobre o refrão: "Eu gritei este verso a plenos pulmões em uma sessão de gravação no Firehouse Studio, na 28th Street em Manhattan, com toda a equipe presente. Eu tinha alguns significados em mente mas tava mesmo é pensando em fazer todo mundo no clube inteiro ou no bairro ficar louco. Mas ao mesmo tempo, eu estava chamando todos os desafiantes pra batalha!". Ainda falando sobre a música, RZA vangloria Ghostafce Killah por seu destaque nos versos: "O Ghostface destruiu nessas linhas, então larguei o refrão pra ele primeiro. Como resultado, este é um dos golpes mais famosos da história do Wu-Tang, do primeiro espadachim que você encontra no álbum."

2 - “Shame on a Ni**a”

Enquanto a primeira música do álbum traz cinco membros do Wu-Tang Clan apresentando uma filosofia esmagadora ao bom estilo Shaolin, a segunda é um verdadeiro funk e charme bobão com Method Man agindo como um homem de negócios rimas rápidas de ODB que se impõem selvagem, ameaçador e hilário. Method man rasga elogios ao parceiro RZA, que é inevitavelmente comparado a uma navalha para elogiar suas rimas e produção "afiada".

3 - “Clan In Da Front”

Para muitos, a melhor track do álbum. Uma música cheia de metáforas complexas e entendê-la sem ajuda do Genius se torna uma tarefa bem difícil. RZA anuncia que o Wu-Tang Clan é um enxame de abelhas assassinas zumbindo nos seus ouvidos.

A amostra do baixo e enxame de abelhas usado por RZA na produção do beat vem de um corte intitulado “Honeybee” de The New Birth. Então o enxame de abelhas é simultaneamente uma referência direta à amostra original e uma metáfora para a onipresença dos membros e associados ao seu clã.

4 - “Wu-Tang: 7th Chamber”

A paixão por esse som não acontece de primeira como em 'Protect Ya Neck', por exemplo, mas 'Wu-Tang: 7th Chamber' recompensa a paciência com enigmas líricos escondidos. Uma coisa interessante que percebi ouvindo algumas vezes a música é que a música de fundo da introdução é a mesma da intro de C.R.E.A.M.

5 -  ” Can It All Be So Simple “

Pura e simples, esta faixa pensativa é o primeiro indício das histórias que Raekwon e Ghostface Killah lançam juntos como artistas solo colaborativos, mais precisamente em "Only Built 4 Cuban Linx". Raekwon deu uma declaração sobre sua parte na música: "Naquela época, eu estava fazendo muita pesquisa de alma e escrevendo sobre onde eu estava naquele momento. O beat quente sem dúvidas me inspirou e a amostra de Gladys Knight que o RZA usou estava meio que conversando comigo e eu comecei a escrever sobre as ruas."

Eu não poderia falar dessa letra sem comentar a descrição do Method Man dos membros do Wu-Tang Clan que sem dúvidas ainda é a melhor introdução ao Wu-Tang Clan que existe.

 6 - “Da Mystery Of Chessboxin ‘”

Essa track é um divisor de águas decisivo para "iniciantes ou aspirantes Wu": é um grande teste! Se você pode conectar-se com seis caras que tomam linhas densas em um ritmo particularmente exótico que mais parece um jogo de xadrez, então você provavelmente manterá o W por um longo, longo tempo.

7 - “Wu-Tang Clan Ain’t Nothin’ Ta F*ck Wit “

Nessa faixa, RZA criou uma atmosfera sombria na produção e na lírica parece um homem possuído. Ao ser perguntado qual a coisa mais importante que as pessoas deveriam saber sobre o Wu-Tang Clan, RZA afirma: "Liricamente, ninguém pode com a gente! Vai levar outra geração para pra chegarem perto de nossas rimas."

8 - “CREAM”

O clássico dos clássicos: O HINO! É sempre um pouco chocante ouvir as teclas do piano cintilantes e as rimas sobre o capitalismo de coração frio. O ponto está no título: o capitalismo é um amante cruel. Visualizando o realismo na atualidade e em 93, o status de uma pessoa depende do quanto dinheiro ela tem. Fod*-se quem é melhor ou pior! A música C.R.E.A.M.  e o refrão foram referenciados inúmeras vezes por artistas que vão desde Notorious BIG, Jay-Z e mais recentemente Drake. Em terras tupiniquins um que me recordo de referenciar a faixa é Marcelo D2. Além disso, a música foi apresentada nos filmes 8 Mile e Straight Outta Compton. O que me impressiona nesse crew é a capacidade de entreter os ouvintes com fanfarronices e piadas, e mudar a levada nos oferecendo um realismo tocante. Essa é a beleza do Wu-Tang Clan!


9 - ”Method Man“

Se você não sabe quem é Method Man, está prestes a descobrir! Ninguém mais tem uma música que leva seu nome em "36 Chambers". A introdução envolve Method Man e Raekwon interpretando um jogo chamado "Torture". Os MCs do W costumavam jogar esse jogo que consiste em tentar se igualar descrevendo como eles torturariam seu oponente da maneira mais dolorosa possível. Sádicos, né não?

Há rumores de que houve uma batalha de rap entre todos os 9 MCs do Wu-Tang Clan, sendo o prêmio a única música solo do álbum de estreia do grupo. O Method Man supostamente venceu esta batalha e nos abrilhantou com essa pérola.

Essa música deixa o ouvinte familiarizado com a essência do Method Man. Logo na primeira linha, Method te manda ralar da nuvem dele! Ele entender que antes de ouvi-lo, você não o conhece bem o suficiente para estar no seu convívio ou para ficar chapado com ele.

10- “Protect Ya Neck”

A música que começou tudo: todas as mãos estão no baralho no single de estréia do Wu-Tang Clan. São oito homens apresentando suas credenciais com seus nomes no peito: rimas dramáticas, chaves encolhidas e eternas trilhas sonoras de percussão no processo. QUEM TEM O MELHOR VERSO? A questão é interminável e discutível: minha preferência pessoal se concentra na raiva lírica de RZA. É melhor você proteger seu pescoço!

11 - “Tearz”

Depois do riso vem o choro... uma música densa que apresenta duas histórias completamente diferentes. A narrativa de RZA mostra seu irmão sendo baleado no caminho da padaria para comprar pão e a de Ghostface Killah, seu amigo que não pratica sexo seguro mesmo sendo portador do vírus HIV. A produção desse som é ambiciosa mesmo se tratando de RZA.

12 - “Wu-Tang: 7th Chamber, Pt. 2 “

Um remix do original "Wu-Tang: 7th Chamber", o "Pt. 2 "parece existir como uma boa despedida para os fãs. E como o grupo responde quando solicitado a quebrar seu estilo mágico no final: "É um segredo, nunca ensine Wu-Tang!"

A estreia do Wu-Tang Clan também se tornou muito influente na cena musical do RAP e do Movimento Hip-Hop por conta das letras explícitas, cômicas e de livre associação dos membros do grupo serviram como modelos para muitos discos posteriores.

Este álbum foi, de fato, considerado um marco histórico na era da música e também é conhecido como o "East Coast Renaissance" e sua influência ajudou a trilhar o caminho para muitos outros artistas, incluindo Nas, The Notorious Big, Mos Def, Jay-Z, entre muitos outros.

Hoje, nós ouvintes, estamos muito gratos por esse belíssimo álbum ter nos acompanhado ao longo desses 25 anos, seja como "certo na playlist" ou tocado esporadicamente.

Aproveito pra deixar aqui o álbum mais recente do coletivo, lançado em 2017 que mostra como os caras ainda estão no jogo, e pra ganhar sempre!
















Matéria original de: www.manifestoartesanal.com/blog

1 comentário


Raissa Borsonello
Raissa Borsonello
21 de nov. de 2018

Foda! O album do Trible é um dos meus preferidos também!

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